A ciência contemporânea já é capaz de explicar muitas coisas sobre o orgasmo, inclusive a sua enorme importância na saúde, bem estar, afetividade e intimidade de uma pessoa, tanto consigo mesma como nas suas relações afetivas, familiares e profissionais. Isso mesmo! A potência orgástica de uma pessoa não afeta apenas o que ela experimenta na vida sexual; vai muito além.
Em tradições como o Tantra, até mesmo a espiritualidade é vivenciada com mais expansão a partir das experiências energéticas humanas, dentre elas os orgasmos.
No entanto, para a maioria de nós, a exploração satisfatória da capacidade de vivenciar o orgasmo continua sendo uma ambição não realizada, um tabu social que nos gera culpa ou vergonha, ou um prazer do qual simplesmente desconhecemos.
Em estados orgásticos, nossa corrente sanguínea é inundada por Ocitocina, também chamado de “hormônio do amor”. A ocitocina é um neurotransmissor sintetizado pelo hipotálamo na base do cérebro e armazenado na hipófise, da qual pulsa quando necessário.
Esse hormônio possui o efeito de estimular a sensualidade, induz sentimentos de amor e altruísmo, calor, calma, vínculo, ternura e união, de satisfação durante o contato corporal, excitação sexual e realização sexual.
A Ocitocina em grande quantidade produz estados alterados de consciência.
A ocitocina é, portanto, muito mais que um efeito colateral do orgasmo; é um componente necessário na fórmula que produz seres humanos mais satisfeitos, amorosos, empoderados e movidos pelo desejo.
O orgasmo é uma fonte poderosa de energia e cura que muitas vezes é subestimada. Tratamos essa experiência como se fosse uma meta, um lugar a se chegar, fonte de prazer e autoconfiança, mas desconhecemos o verdadeiro potencial de transformação ali experimentado.
Por exemplo, o orgasmo tem efeitos curativos sobre traumas emocionais. Traumas emocionais são um dos principais responsáveis por bloqueios sexuais, uma vez que ficam registrados no corpo sob a forma de congelamento, enrijecimento e supressão da pulsação vital. Quando movimentamos a energia associada ao orgasmo de forma diferenciada e desassociada de um contexto sexual ou afetivo, como fazemos em nossos processos terapeuticos, abre-se espaço para uma potencialização da experiência vibracional e de liberação emocional. A energia movimentada é capaz de atuar nas áreas de enrijecimento e supressão da pulsação, liberando vitalidade de expressão e resgatando espontaneidade de resposta corporal.
Trabalhar com a sexualidade aplicada em um contexto de expansão energética, nos moldes do que faço nos processos terapêuticos que conduzo, oferece uma incrível oportunidade de movimentar-se para fora da complexa rede de mecanismos de defesa que erguemos em nossas vidas, e nos ajuda a reexperimentar espontaneidade e fluidez. E isso é fundamental para a nossa autoestima, amor próprio e autoconhecimento.